domingo, 29 de maio de 2016

Pequenas Mentiras





Sim, é difícil conviver com mentiras de diferentes tamanhos e formas. Conscientes ou não elas fazem parte do nosso cotidiano. Mas, a máxima verdade também costuma afastar, confunde e desnorteia. Enfim, onde está o equilibro? No filme Adam - Hugh Dancy é um homem de 29 anos que não sabe lidar com o mundo externo, diferente do seu sistemático e rotineiro dia, por conta da doença de Asperge. Pode-se dizer que essa enfermidade causa sinceridade elevada e falta de compreensão de alguns sentimentos mais comuns através de: ironia, piada, elogio, ... É um tipo de autismo de alta complexidade em pessoas (na maioria das vezes) geniais. Depois do falecimento do pai, que era sua linha mestre, Adam fica completamente perdido como ele jamais imaginou ou quis estar. Mas, uma nova vizinha no prédio aparece como uma estrela guia no céu que ele tanto ama e estuda. Beth - Rose Byrne é a ex namorada de um rico, promissor e mentiroso banqueiro que a traiu. E da forma mais simples possível, ela vê no novo e estranho amigo Adam tudo o que não teve do seu último parceiro. Ele é genuíno e ingenuamente verdadeiro. Quem mais é assim hoje em dia? 






Entre amados, amigos e familiares as inverdades acontecem diariamente, mas às vezes tornam-se incidentes graves e irreparáveis, pois é deste lugar que nunca estamos preparados para receber e aceitar tais manifestações. Prefiro os fatos, mesmo que tortos. Depois decido o que fazer com eles. Considero bem melhor do que conviver com uma falsa cegueira. Enxergar sempre te leva além. Ser um casal também é ter sonhos diferentes. Às vezes, descobrimos no outro o que é realmente bom para nós. Adam queria um trabalho e Beth escrever um livro. Estar feliz e realizado é a receita perfeita antes de somar alguém a sua vida. Jamais tente mudar o destino do outro, você poderá ser o próximo prisioneiro de um mundo que não é o seu. Antes de tudo, seja sincero consigo mesmo e será melhor para todos. 

quarta-feira, 16 de março de 2016

Inspire-se, Expire!



Se o seu hobby é o seu sonho de vida, ele deveria ser seu trabalho, não sua distração nas horas vagas, e nunca um plano de aposentadoria. Imagine viver esperando para ficar velho, e só depois poder fazer o que realmente gosta...Me acho péssima conselheira, pois se vejo infelicidade nos olhos de alguém dou o pior conselho, o menos provável e talvez o mais coerente: mude e faça o que tem vontade, independente da situação. Talvez, por que sempre tive como premissa incrustada nas minhas escolhas. Se não for para trazer felicidade não vou, não faço, não quero. Às vezes, muitas vezes na verdade, há falhas, afinal vivemos de expectativas. Então, realinho os pontos, as metas e traço um novo rumo, mas ainda dentro do meu querer, nunca do outro. Não deixo que as pessoas determinem minha preferência.





No filme Paixão Inocente - Breathe In, Keith (Guy Pearce) trabalha numa escola como professor de música, mas gostaria de ser músico e não ensinar como ser um. Porém, quando jovem e com a gravidez precoce da namorada, a banda de rock não oferecia estabilidade para sustentar uma casa, mulher, filha, escola, e tudo mais embutido no pacote família. Alguns sonhos, mesmo realizados, não pagam contas. Ainda assim ele não desistiu, e usava as poucas horas vagas para praticar e tentar voltar aos palcos. Havia um plano, que a mulher discordava e a filha não acreditava mas, havia e nunca era discutido, ou sequer ouvido. O tempo passou e ele agora recebia alunos internacionais para complementar a renda da tão cara família. Então, Sophie (Felicity Jones) a garota inglesa recém chegada é dotada de espantosa maturidade e habilidade musical. Completamente diferente de Laren (Mackenzie Davis) que escolheu o esporte ao invés da profissão do pai. Keith fica maravilhado com o talento da estrangeira, além de outras características cativantes que a tornam rapidamente sexy para os olhos de uma mente treinada e ouvidos sutis. Sua juventude tem leveza, cheia de possibilidades e inspirações, motores indispensáveis para vida. Sem isso, somos o que? Apenas remadores de um navio negreiro, tudo fica pesado, dolorido, social e politicamente incorreto. Para algumas pessoas se não há trabalho não há vida, para outras se não há amor, não haverá nada mais. Para mim se não houver paixão por tudo que faço não serei completa. 

Às vezes, querer fugir para outra cidade, em braços de outra idade não mudará a sua história. Sua bagagem bagunçada está dentro de você, não em uma mala pequena com essencialidades. Respire, como sugere o título original do filme, e faça suas escolhas. Apaixone-se pelo possível, aquilo que verdadeiramente te satisfaz e torne-o sua chave de ignição. Dê a partida todos os dias e não haverá necessidade de atalhos tortuosos, nem sonhos impossíveis. Seja livre.