segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Fisicamente longe, Logicamente perto, apenas 10.000km




Viver e estar, hoje em dia são coisas muito diferentes no mundo real. Os tempos modernos aumentaram fisicamente o ir e vir das pessoas, em contra partida diminuíram logicamente o contato através de cabos e satélites. Porém, a grande maioria acredita que o convívio presencial diário nos relacionamentos ainda não é substituível. Talvez por um tempo, mas esse tempo continua muito relativo desde Einstein, e não acho que mude tão cedo. 




Tentar encurtar o espaço e manter o laço atado é o que o casal Alexandra (Natalia Tena, a selvagem de Game of Thrones) e Sergi (David Verdaguer) fazem no filme espanhol 10.000km, apesar da dureza e frieza do amor com fronteiras, fusos trocados e toques apenas virtuais. Afinal trata-se de dois Latinos, sempre famosos pelo furor sexual nacional latente, independente da geografia que se alojem. Só que amores e dores continuam melhores ao vivo, sentir e discutir nunca, nunca será melhor pelo telefone ou computador. O olhar nos olhos, o calor das mãos, o tremor dos lábios, não são perceptíveis nestes meios, e isso faz uma falta absurda, além de criar mal entendidos memoráveis. Acredito eu, que um única coisa que pode acalmar todos e quaisquer sentimentos deste tipo, é a boa e velha paciência. Só ela te faz esperar pelo melhor momento, ouvir primeiro e falar depois. Inverter essa ordem pode ser mortal e acabar com tudo de melhor no relacionamento de agora que espera um futuro. Quando há uma presença constante é muito mais fácil de se praticar, mas expostos a ausências sem fins não há equilíbrio. Falar primeiro que o outro dos seus sentimentos, anseios e impasses vira uma disputa diária, até o dia que nenhum dos dois quer dizer mais nada, a não ser Fim. Ter o passaporte carimbado constantemente por conta do trabalho ou estudos pode nos manter fora do ramo chamado amor, já que encontrar alguém que aceite e viva isso tranquilamente é raro. Os desafios são homéricos: depois da saudade, que nem sempre é boa, também vem a insegurança e o ciúmes. Estudos dizem que as novas relações terão data para começar e acabar, e se você quiser poderá prorrogar este prazo afetivamente/efetivamente contratual. Será mesmo? Eu ainda fico com a antiga opção: até que a morte nos separe, se é que esta também não será prorrogada! Oremos.

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