terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A Ghost Story


Esqueça o título, A Ghost Story não é um filme da moda sobre fantasma, ele trata da grandeza do tempo para C (Casey Affleck) e M (Rooney Mara). Como vivemos e morremos. O diretor jovem David Lower (Amor fora da Lei) nos insere nas cenas não através do jogo de câmeras, mas de incômodas e intermináveis tomadas, justamente para que tenhamos a mesma sensação dos atores, do ambiente, do vazio e da dor de perder alguém. Mas, se morrer não é o fim, o que fazemos depois? Isso é o que nos prende à tela. Ficamos completamente entorpecidos e imóveis nesta dúvida. Tarefa difícil para um filme sem muitas falas. E para preencher essas lacunas, nada melhor que uma música para sintonizar a lembrança, e quase, quase reproduzir a presença. C é compositor e cria essa melodia, que depois mais parece um prelúdio. M é sua melhor e amada ouvinte. Cena MA-GIS-TRAL: 




Assim, continuamos sedentos por respostas, e elas vem, no tempo certo. É finito e libertador quando entendemos o ciclo da vida, quando nos desprendemos dos sentimentos, do material, físico e afável. Viver é constância e repetição, se não entendermos que o é necessário para seguir. M entendeu e segue apenas deixando anotações nas casas em que morou, já que mudar também é matar um pouco da gente. Na minha crença (felizmente) não há fim, somos almas eternas com novas oportunidades e histórias para criar infinitamente. 


Que a nossa evolução seja gentil! Afinal, quem gosta de recomeços quando a única certeza clichê da vida ainda é a morte?

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