segunda-feira, 6 de julho de 2015

O que será, que será?


O filme Like Crazy - Loucamente Apaixonados é de 2012, me atrasei um pouco para ver. São muitos do gênero, mas poucos avessos ao comum, e por isso não vou mencionar os acontecimentos, apenas tentar relatar que: amar é querer aquilo que não sabemos explicar, que tem sabor de doçura matinal, de costumes e sombras laterais. Cheiros, dores e afagos. Sentir, saudar e beijar. Amar é ajuste, acertos e erros sem correção. Me fez refletir, quantas derrotas suporta? Me fez imaginar, quantas tentativas são necessárias? E os agentes externos que fogem ao nosso controle, serão obstáculos transponíveis? Mas, se é verdadeiro posso e consigo abrir mão de tudo? O fato é, neste momento esse amor é tudo, é parte de tudo, ou está em uma redoma de vidro para que a fragilidade da vida não o quebre? Esse é um final que não se controla, é verbo sem ponto final, uma interrogação constante de vida, aquele será que nem sempre é, perfeito e inconstante. Pesar e prazer, com olhar desconfiado por sobre os ombros. E se eu não tivesse tentado...




Este é o poema que ela deixa no carro dele antes de se apaixonarem, mas que só faz sentido na cena final.

E.E. Cummings:

since feeling is first
who pays any attention
to the syntax of things
will never wholly kiss you;
wholly to be a fool
while Spring is in the world
my blood approves,
and kisses are a better fate
than wisdom
lady i swear by all flowers. Don't cry
—the best gesture of my brain is less than
your eyelids' flutter which says
we are for each other: then
laugh, leaning back in my arms
for life's not a paragraph
And death i think is no parenthesis

Tradução:

Uma vez que sentir é fundamental,
quem presta atenção à sintaxe das coisas
nunca conseguirá beijá-la por inteiro,
ou ser um tolo completo
enquanto houver primavera
meu sangue aprova
e beijos são uma ventura melhor
que a sabedoria, moça,
juro isso por todas as flores.
não chore, o melhor gesto de meu cérebro
é menor que o abrir e fechar de seus olhos
que dizem que somos um para o outro
por isso, ria, recostada em meus braços,
pois a vida não é um parágrafo
e a morte, acredito, não é um parêntesis.

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